Tecnologia de ponta
Como sempre o meu tom jocoso não o ajudou. Disse-lhe para voltar à base e ir com a máquina à oficina. Sei que é desagradável mas, em carros caros é melhor prevenir - antes que o acusem de condutor desleixado.
Hoje encontrei-o e perguntei-lhe de que sofria o paciente.
Bem…nada mais que um braço da suspensão estragado. Fiquei perplexo. Um toque num passeio e braço de suspensão pró galheiro. Imagino se fosse na roda dianteira: braço de direcção, suspensão,etc…
Nada mal. Compra um gajo um carro de mais de 6 mil contos para isto. Bates no passeio e pimba...
Pensei com os meus botões que já não se produz artigos como antigamente. No caso dos carros boas eram as marcas que fabricavam máquinas de guerra; prontas para qualquer serviço, nas condições mais adversas de utilização. Bastava algum óleo (cheguei a ver colegas que andavam em carros nos quais “metiam” óleo fula sem qualquer problema) e combustível. E andavam, andavam.
Mas a tecnologia evoluiu…para mal dos nossos pecados.
Hoje assistimos à era da tecnologia de ponta.
Reflectindo sobre o assunto e a origem da designação “tecnologia de ponta”, pensei: ponta porquê?
Andei às voltas com isto até que “vi a luz”.
Ponta porque o consumidor destes utensílios (ditos de ponta) é comparável aos condenados que eram postos a dançar na na tábua dos galeões piratas, própria para os inssurectos. Isto é, o consumidor está na ponta do da tábua, bastando um pequeno deslize para ir ao fundo.
Não é assim que nos sentimos perante acontecimentos como o vivido pelo meu colega?
Pagamos e ainda somos bandidos?