sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Afinal de quem é a culpa?

Assistimos incrédulos a mais um aumento nos preços dos combustíveis.

Os noticiário revelam que o gasóleo ultrapassou a "barreira psicológica" de 1 euro/litro. Barreira psicológica??? Querem dizer que a partir de agora os aumentos não serão relevantes porque a barreira psicológica foi ultrapassada?

Intrigado com a causa dos aumentos resolvi prestar mais atenção ao que se tem passado.

Começei a ler as informações que nos "põe à mesa" os media e qual o meu espanto ao saber o porquê deste último aumento... Ora o preço do barril de petróleo subiu porque os mercados financeiros "temeram" os efeitos de um possível furacão nas captações de petróleo. Toma lá que é para aprenderes!!!

Imaginem o quadro:

Bolsa de Nova Iorque:

10:00h da manhã (locais) (preço do barril 50 dólares) - Um engravatado, armado em corrector financeiro, dá um grito ao ler o boletim metreológico. Os seus óculos armani vão pelos ares ao mesmo tempo que este começa a correr pelo meio dos colegas aos gritos:

- As captações vão ser afectadas por um furacão!!!!

10:05h (preço do barril 54 dólares após alvoroço dos chineses): Papéis pelos ares, gajos aos gritos por todos os lados com os braços levantados como que a pedir ajuda divina, telemóveis no ar, confusão geral.

10:06h (Entretanto na Bolsa de Londres) - Um british recebe um telefonema, dizendo depois aos outros : "God save the Queen!! and Lady Di! We are out of gás!

10:08h (Novamente em Nova Iorque com o barril ao 62 dólares): Já não se vê ninguem, só papéis e telemóveis no ar

Compra! Compra! Compra!

Chineses - Eu complo, eu complo, eu complo!!!

Portugueses com uma placa a dizer "Eu troco a minha casa e a minha mulher por petróleo. Podem ficar com o tractor também"

Londre, 10:10h: Tony Blair e Durão Barroso adoptam um plano especial de emergência. Todos os Europeus andarão a pé.

Conseguem abrandar a escalada do preço, que entretanto situava-se nos 62 dólares/barril

NY, 10:15h (preço barril a 68 dólares): Todos gritam "Quem me empresta 10 dólares?"

Entretanto da OPEP sai um telefonema a encomendar mais 80 mercedes topo de gama, 22 ilhas no pacífico e, também, uma requisição à melhor casa de putas da cidade "A partir deste momento não atendem mais ninguém. Vamos a caminho".

Atingido o pico no preço do petróleo, com toda a gente hipotecada, a coisa aguenta-se pelos 68 dólares.

CNN, Sky News, Sic Radical e outros em directo na bolsa, muito atrapalhados, a entrevistar a mulher das limpezas. "Como se sente?" é a questão mais ouvida.

Londres, 10:20h:

Os autocarros param. Televisões em directo, parabólicas na rua e muita polícia gritando "Tá a circular, tá a circular". Ingleses resmungam baixinho, árabes com mochilas às costas a sair dos autocarros e a correr pro meio da multidão.

preço barril: 60 dólares.

NY, 10:25h:

Os gajos da OPEP na casa de tias, no meio de um grande bacanal:

- Então, achas que tá na altura de lhes dizer que fomos nós que compramos os gajos do boletim metereológico?

-Hum... A esta hora já devem estar falidos... É melhor ligar senão os combustíveis sobem muito e começa tudo a andar a pé.

-É. Entretanto, enquanto baixa/não baixa, já temos dinheiro para comprar as explorações de petróleo todas....

-Sim, Sim.Mudando de assunto a tua mexe-se bem? a minha pareçe uma gazela...

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Pois é. É a barreira psicológica.

terça-feira, 23 de agosto de 2005

O vazio

Já me tinha sentido daquela forma estranha algumas vezes. Contudo nunca com aquela intensidade e rapidez.

Quando recebi o telefonema e me disseram que tinhas partido a terra abriu-se de repente e tudo ficou suspenso na frase "O Barros morreu".

Lembro-me, como estivesse agora no mesmo instante, que mal a frase acabou veio o vazio.

Não sei por onde andei até que me encontrei de novo. Chorei escondido de todos porque havia perdido não só um grande mestre e patrão como um grande amigo, daquela forma estúpida e cruel.

Fugiste sem dizer nada a ninguém mal se tinha acendido a luz ao fundo do túnel que atravessavas. Não acredito que te apanhassem sem luta, não era a tua maneira de ser.

Admirei como tiveste frieza para planear a tua despedida - exemplar na minha maneira de ser - e a continuidade dos teus.

Até na morte admirável e exemplar.

Um dia destes apanho-te João Barros,

vais-me pagar pelo vazio que deixaste e que luto por preencher!




Se eu gritar ouves o meu grito?
Ouves até ao fim
Mesmo que ouvindo te doa
Te perfure os tímpanos, te atravesse
Como me atravessa a mim?
Guardas o meu grito?
Lembrar-te-ás um dia
Quando já não me ouvires,
Quando eu for só memória,
Quando o grito ecoar longínquo
Como trovão que ainda ribomba
Mas já passou,
Quando o grito for só sussurro
Lembrar-te-ás quem o gritou?

Poema da Encandescente

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Incêndios - Passo seguinte


Cheira-me que agora que ardeu tudo vai ser preciso incentivar/pagar a reflorestação e que não vão faltar empresas cheias de vontade para a tarefa...
Até já devem conhecer o terreno!