sexta-feira, 3 de março de 2006

Saloio(ismos) ou esperteza saloia

Ainda não consegui estabilizar a minha vida a nível profissional. Os contractos sucedem-se, ano após ano, e precariamente lá vou andando.

Não me aflijo muito por isso, ao contrário dos meus colegas de empresa. Confio em mim e no meu trabalho e já não será a primeira nem última vez que, sem qualquer aviso, ouço o barulho da porta a abrir.

Sou um pouco masoquista confesso. Gosto de novos desafios, gosto de rotatividade e de aprender coisas novas. Aliás quando estou como actualmente (prestação de serviços) se o trabalho consistir em processos repetitivos começo a errar por desatenção e desânimo.
Sei que não tenho idade para andar aos saltinhos, dois anos aqui, dois anos ali, trabalhar “por minha conta” e depois começar a trabalhar para outros.
Também não me dou lá muito bem com patrões pois sou muito reivindicativo.

Os contras contam-se por muitas mãos juntas: Ainda não tenho casa, o carro custou-me muito a comprar, ainda não casei (uagghh) e não tenho filhos, mais uma série enorme de “circunstâncias” que dão azo a muitas queixas dos nossos pais.
Rebelde? Acho que não. Normal, nos nossos dias.

A independência acima de tudo é-me muito grata. Não preciso de dar graxa! Não tenho nada a temer do patrão. Trabalho, tento sempre dar o meu melhor, por vezes sem dar cavaco a ninguém. E quando é preciso dizer as verdades na cara aos chefes elas saem, sem medo de represálias.

Mas o que eu queria dizer é que apesar de tudo e à minha maneira, peculiar, tento ser o mais honesto e humano possível com todos, inclusive com as obrigações para com o Estado. Pago impostos como quase todos, embora não ache muito justo o que nos é cobrado e esperançoso que em breve todos paguem a sua parte, de modo a tornar possível uma redução nas taxas de IRS, IVA e afins. Não tenho vida de rico, não tenho o que queria mas tento ao máximo ser feliz.


Fiquei perplexo quando li nos jornais de 01.03.2006 que uma das nossas maiores empresas (senão a maior) vai recorrer a uma sua subsidiária, sediada na Holanda, para efectuar uma OPA sobre uma empresa portuguesa. Esperam assim aliviar a carga fiscal que lhes cabe, mais concretamente isenção do respectivo imposto de selo.

Considero esta acção saloia um ultraje à inteligência de todos nós.

Estas empresas não poluem como as outras? Não utilizam as nossas estradas e auto-estradas? Não usam e abusam da nossa mão-de-obra, explorando sempre os mais necessitados? Não provocam doenças profissionais? Não calcam os seus fornecedores, submetendo-os a estratégias de marketing nojentas, em nome da maximização de proveitos?
E julgam que por pagar muitos impostos (naturalmente face aos lucros descabidos que geram sempre à custa dos outros) são suas Ex.as e não estão para aturar os actuais regimes contributivos. Querem encher mais o bandulho? Portugal já não interessa? O governo e as câmaras municipais já não vos abrem mais as pernas? O salário mínimo está muito alto?

Empresas destas só me dão vómitos. Quando todos tentem empurrar o barco para a frente aparecem sempre estes energúmeros, cheios de peito e de dinheiro e das duas uma: ou vêm logo com ameaças ou conseguem fugir com o rabo à seringa.

Não lhes reconheço mérito algum em serem proprietários de grandes fortunas porque imagino que para terem tanto é porque ou roubaram ou espezinharam muita gente.

Ide para fora, ide pró car#%$.

E já agora levai a tenda toda e ficai por lá.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Ora dança lá mais um bocadinho


Pois é chegou o carnaval.
Mais uma vez o delirio toma conta das nossas ruas, com desfiles cheios de cor e...samba!

Tipicamente português claro.

E ai daquele que pense que o português não é generoso e atencioso. Se até adaptamos um bocadinho os nossos cortejos carnavalescos às muitas almas brasileiras que por cá andam!

E os trajes tão parecidos...







O único problema, que ao que parece é uma falsa questão, reside no facto de em Portugal as temperaturas da época não ajudarem muito.

Contudo há que valorizar acima de tudo a atitude. Ainda no noticiário de ontem uma gajona/cavalona dizia qualquer coisa como:

"Está um pouco frio, né? (não filha...só estão 6 graus). Ao principio custa mas depois a gente se habitua e aquece!" (lembrei-me logo de outras coisas que não são para aqui chamadas)

O jornalista insiste:

"Mas não vais ficar doente?"

E a resposta na ponta da língua surgiu que nem uma bala:

"Chegando a casa a minha mamãe me faz um cházinho, que isso passa logo!"

Tou a imaginar o cenário.

ps: gostava de ir para o cortejo mas assola-me uma dúvida:servem-se cházinhos nos locais de diversão noturna?