quinta-feira, 20 de outubro de 2005

O que te faz sorrir?

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Tocam de novo as trombetas!!


Já está anunciada mais uma greve dos professores. Para Novembro.
Os sindicatos gabam-se de ser a 1ª vez, após o início da democracia portuguesa, que as três frentes sindicais representativas dos stôres estão unidas num propósito: não à perda de regalias e sim à dignificação da carreira. Dizem também que durante os mandatos dos 27 ministros da educação desde essa data até hoje nunca se havia visto tal coisa.
Ora então, e desde já, os meus parabéns.
Finalmente se prova a minha teoria sobre a necessidade de um novo Salazar, que espero que seja o actual 1º Ministro.

Todos nós temos a percepção da nossa caminhada sobre o fio da navalha em termos de balanço entre despesa na administração pública e, no lado oposto, receitas do Estado. O almejado equilíbrio tem que ser atingido com base num rigoroso controlo das despesas e proveitos. A proposta de orçamento de Estado para o ano 2006 (OE2006) aponta nesse sentido, quer no ano em questão quer nos próximos.
Também sabemos que para sair do pântano o estado só tem uma alavanca: aumento da receita (já que despedir muitos dos inúteis funcionários públicos é complicado – com todo o respeito pelos funcionários públicos).
Temos consciência que a receita pública tem origem em dois mananciais: as contribuições para a Segurança Social e Impostos.
Sendo incomportável à sociedade um novo aumento de impostos que resta fazer?
Salvo algumas afinações nos regimes tributários (como o “imposto sobre a riqueza” que ascende agora a 42%), os possíveis ataques às off-shores, à fuga fiscal e reformulação de um ou outro imposto, o Estado tem duas hipóteses: fingir um cenário idílico de “tamos na maior e o não falta é dinheiro” ou agarrar o touro pelos cornos. Mas, como o touro foi também por nós solto, existe uma obrigação de ajudar na agarra…e aí é que o touro torce o rabo!
O exemplo vem dos professores com a actual luta. Ou seja quem quiser que agarre o touro que nós em primeiro lugar não temos nada a ver com o problema e, em segundo, já trabalhamos que nos matamos. Agora nem pensar é em reduzir as nossas reformas, em aumentar idades de reforma, aumentar horários de trabalho e outros. Isso é que não! Senão, dizem eles, está posta em causa a sua honorabilidade, dignidade, e, note-se bem, qualidade do ensino!!
Pergunto eu: Qual qualidade do ensino? A que temos actualmente?

Eu trabalho, em média, 9 horas/dia. Desconto para a Segurança Social, pago impostos, não tenho ADSE, tiro 15 dias de férias quando calha (porque a empresa não deixa tirar férias corridas), não posso almoçar em cantinas, ganho mal, sou avaliado diariamente, peço um aumento e apontam-me a porta (por onde ao eu sair surgem 40 pró meu lugar), etc, etc, etc, e tenho noção, tal como toda a gente com olhos, que a nossa função pública é privilegiada. Entre outros os professores.
E sei que somos nós os jovens que, também por isso, vamos pagar a factura mais cara. E vocês sabem como a vamos pagar…

No meio disto tudo, que me repugna, apreciei as palavras do Sr. Ministro das Finanças sobre o OE2006, ao afirmar, por outras palavras, que o rumo é este, faça barulho quem quiser. Apreciei a postura contida e reflectida dos economistas mais nomeados da praça, que sabem a situação do país muito melhor do que nós, e afirmam ser um orçamento credível, realista e possível para agora.
Mesmo a direita oposicionista está a analisar cuidadosamente o OE2006.

Quem fez barulho? A esquerda mais radical (para variar) e os professores (até agora).
“Tá mal, tá mal e tá mal (numa primeira vista)”.

E todos sabemos que o cinto ainda vai apertar mais, porque, simplesmente, tem que apertar mais, de modo a corrigir erros do passado, as espertezas do tuga saloio e chico esperto. Depois de ter a casa arrumada e a máquina a funcionar (sem areias nas engrenagens) poderemos exigir mais.

Até lá querem Milagres? Ou o que interessa é saltar fora do barco (de preferência com uma boa reforma, tipo políticos) enquanto estão a tempo? E quem vem atrás feche a porta?

É que se for para saltar fora do barco mais vale acabar de vender o país aos espanhóis ou, não descartável de todo, emigrar em massa.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Vantagens e Desvantagens de ser Jornalista (na minha óptica)







Vantagens:

- andar em carros com parabólicas em cima;
- andar em motas atrás de ciclistas;
- passar as filas de trânsito mais rápido que o pessoal parado ;
- correr de um lado para o outro sempre rodeado de colegas que nos querem roubar o lugar ou invejam o nosso microfone;
- Poder dizer “Boa noite, em directo para a ***, como se sente?”
- Viajar de borla;
- Falar com o Jet-Set nacional;
- Interpelar o Sócrates sem o Jaime Gama autorizar;
- Não ter horários;
- Ver jogos de futebol à pato;
- Ver os festivais de verão à pato;
- Poder dizer ao chefe “Tenho que ir à Austrália ver um canguru a cantar”;
- Ser mulher e ter sempre um men com uma câmara ao lado;
- quando apanhar no pêlo não apanhar sozinho;
- não ter que fazer nada e deixar os outros colegas questionarem os entrevistados;
- ser importante e respeitado, mesmo que nos queiram bater;
- ser pivot e poder proferir comentários doutrinais após as notícias (ao menos alguém nos ouve, mesmo que não queira);
- ser alvo de subornos sexuais a troco de trabalho;
- toda a gente andar atrás de nós e abraçar-nos;

Desvantagens:

- levar tiros no cú no Iraque;
- levar pancada dos nn boys;
- levar pancada dos super dragões;
- levar pancada dos que não ficam em casa;
- ser ignorados;
- ouvir o Ferreira Torres dizer mal de nós;
- ouvir o Dias da Cunha dizer mal de nós;
- ser homem e ter um men com uma câmara ao lado;
- ser homem e não poder usar decotes ousados;
- ser homem e não poder tirar os cabelos da boca, em directo, quando está vento;
- ser apedrejado;
- ser mulher e ter que subir na vida com decotes ousados;
- fazer figura de urso e perguntar “como se sente?” a um gajo que foi atropelado por um canguru que cantava.
- não saber ao certo qual o carro da judiciária que traz o suspeito;
- possíveis problemas de coluna após entrevista ao Marques Mendes e aturar o ar angelical dele;
- ninguém acreditar em nós se falarmos com um copo de cerveja na mão e ter de frequentar festas onde as bebidas e as gajas são à pato.
- ter que saber falar português;
- ser portista e ser obrigado a gritar “É golo do Benfica” como se fosse ter um filho;
- ser pivot e não poder ver as notícias que apresenta em directo;
- ser pivot e não poder mudar de canal a meio das notícias;
- ser pivot e ter que ouvir o que nos mandam ler;
- não poder dizer em directo “puta que pariu” ao ouvir um canguru a cantar;
- ser o gajo que segurava o microfone do Valentim Loureiro no discurso da vitória;